domingo, 3 de maio de 2015

A DIFÍCIL ESCOLHA EM SER ADVOGADO


Um dos grandes dilemas do jovem estudante do segundo grau, é a escolha da profissão. Não raras as vezes, o(a) jovem adolescente se vê confuso(a) e angustiado(a) com a proximidade do VESTIBULAR ou ENEM, sem sequer entender sua aptidão para escolha de seu destino.

Esta angústia é compartilhada pelos pais que pouco podem fazer, pois na mesma medida em que tentam auxiliar nesta difícil escolha, se vêm preocupados em não influenciar seus filhos de forma a desviá-lo de seu a verdadeiro destino.

Dentre as profissões no Brasil, o Direito como curso e em especial a Advocacia com profissão, têm sido encaradas como relevantes na escolha do jovem estudante, apesar do estigma criado no sentido de que o mercado de trabalho está saturado desses profissionais.

Entretanto, em que pese muito comentada, entre os jovens, poucos são aqueles que realmente têm noção do que seja a linda e relevante profissão de Advogado, apesar das inúmeras vozes que tentam colocar em descrédito com argumentos que certamente assustam e influenciam negativamente o estudante.

Para muitos da sociedade, ao ver a figura de um Advogado, lembram do Tribunal do Júri, vinculado ao Direito Penal e ainda assim, apenas presente em alguns crimes, os dolosos contra a vida.

Poucas escolas de segundo grau ou universidades explicitam com clareza as grandes possiblidades de carreiras na Advocacia, muitas delas atraentes aos jovens e que, diante do conhecimento, poderiam instigar suas habilidades e auxiliar em suas escolhas.

O profissional da Advocacia pode escolher a carreira pública ou privada. Na primeira, inúmeros campos de trabalho possuem, tais como Advocacia Geral da União, Procuradoria dos Estados e Municípios, Advocacia em órgãos estatais, e toda a defesa dos interesses públicos, buscando a solução dos conflitos entre cidadãos e entes públicos.

Na Advocacia privada, os campos são ainda mais vastos, pois há espaço para a Advocacia na Tecnologia da Informação, onde o profissional do direito atua na defesa dos interesses e litígios decorrentes da área tecnológica, dos quais destacamos, dentre muitas possibilidades: a assessoria em contratos de desenvolvimento de softwares e litígios judiciais deles decorrentes; defesa das empresas ou pessoas físicas que sofrem com invasão de seus computadores por hackers ou crackes, sendo estes últimos os que causam danos e devem indenizar as vítimas de sua conduta; a defesa de direitos autorais em jogos eletrônicos ou sistema de computadores (softwares), etc...

Outros campos são muito mal difundidos, como a Advocacia Ambiental, onde o profissional busca a defesa dos interesses de seus clientes, afetados de alguma forma por conflitos que digam respeito ao meio ambiente, seja para buscar reparações quando violados direitos nesta área, seja por defender seus clientes quando injustamente acusados de alguma violação ambiental.

A Advocacia na área financeira, igualmente, é um dos ramos do Direito que certamente tem muita relevância, especialmente em um mundo capitalista e com necessidades da defesa dos direitos e interesses afetos à área, decorrentes de transações financeiras, contratos financeiros (financiamentos, leasing, mútuo, etc).

Não nos esqueçamos, por exemplo, da Advocacia tributária, civil, do consumidor, trabalhista, criminal, administrativa, dentre muitas outras áreas, tão interessantes que poderíamos escrever diversos livros sobre cada uma.

Entretanto, é bom que se diga, faltam bons advogados no mercado brasileiro e a advocacia É PARA POUCOS, pois além de requerer habilidades que poucos as possuem, demanda estudo contínuo, visão ampliada, sangue frio para não perder a calma em momentos cruciais, estômago para defrontar e enfrentar injustiças e perseverança na defesa das LIBERDADES HUMANAS.

O Advogado luta contra tudo e contra todos, com ética e utilizando sua arma mais poderosa, seus conhecimentos sobre as normas jurídicas e principalmente sua habilidade em convencer o Poder Judiciário de seus argumentos.

O verdadeiro profissional da Advocacia precisa ser criativo, exercer continuamente a liderança, além de nunca deixar o dinheiro e as possibilidades de lucro fácil cegá-lo, pois sua carreira depende de sua credibilidade, eficiência e discernimento em entender que o dinheiro é consequência de seu bom trabalho e não o objetivo, pois este, deve ser sempre a defesa incansável dos direitos dos que se socorrem de seus préstimos.

O grande Advogado nunca trai sua consciência, pois apesar das causas ganhas ou perdidas, busca incessantemente estar de bem com ela e sabe que deu o seu melhor e à cada vitória de seu cliente, respira fundo, renova seu espírito de luta e dorme tranquilo, pois é independente quanto a seus atos e pensamentos.


JOSÉ ANTONIO CORDEIRO CALVO, OAB-PR 11552.